quinta-feira, 14 de julho de 2016

Viva o aqui e agora

O ser humano está envelhecendo a um ritmo galopante, com uma rapidez assustadora. Doenças do sistema nervoso como Parkinson e Alzheimer afetam um grande número da população.
Mas como fica o sábio conceito milenar e oriental de que o ser humano foi feito para viver 120 anos de boa? O conceito de que o ser humano nasce inspirando um primeiro alento e morre expirando pacificamente um último alento... sem demência, sem decrepitude? 
Os estudiosos da medicina Ayurveda sabem que o fator responsável pelo nosso envelhecimento e decadência física é o desequilíbrio do dosha vata, responsável pelo movimento em nossas vidas. Também devem saber que o conceito de Yukti Vyapashraya - a terapia dos opostos - deve ser observado no dia a dia para que haja equilíbrio, para que possamos seguir o tão famoso caminho do meio.
Vivemos em uma era vata,de extremo movimento, de extremo estresse, de inúmeras cobranças e competitividade. 
Nosso sistema nervoso não consegue assimilar os infinitos estímulos externos e fica sobrecarregado. Conclusão: '' tilt'' interno, todos os nossos neurônios entram em curto-circuito, causando danos gravíssimos á nossa saúde e bem viver.
Dentro do Ashtanga Yoga de Patañjali podemos encontrar a solução para este problema. As últimas peças do quebra-cabeça da vida estão bem diante dos nossos olhos  e no frenesi do momento atual não conseguimos enxergá-las.
Todo praticante de Yoga  se dedica em primeira instancia á quarta, dentre as oitos partes descritas por Patañjali: asana. O que enfatiza ainda mais a obsessividade por um corpo sarado e perfeito imposto pelas regras da nossa sociedade.
E pouca importância é dada para a quinta e a sexta partes deste estudo milenar.
Pratyabara é o grande pulo do gato, o link entre nossa pratica física e espiritual. Literalmente, devemos nos ''abstrair dos sentidos''. Aos poucos voltar nossa atenção para dentro de cada um de nós,  mergulhar no infinito campo da pura potencialidade que se abre dentro de nossos corações, prestar atenção nos barulhos  do nosso silencio interior. A partir daí devemos praticar  dharana - concentração ou foco da mente em um ponto específico.
A minha sugestão para você, leitor, é concentração e foco no momento presente, no aqui no agora.
Desapego das mágoas do passado, desapego das inseguranças do futuro e aceitação do momento presente. Entrega total a uma força maior que guia nossos passos.
Urge em nossas vidas a necessidade da abstração dos sentidos, do foco e da concentração que vão gerar o aquietamento gradativo da nossa mente. A partir daí começaremos a sedução do nosso espirito e abriremos espaço para ouvir as mensagens inspiradoras da nossa alma.
Todos os deuses e todas as deusas que habitam nosso coração desabrocharão dentro de nós e nos tornaremos a cada dia seres humanos melhores  e mais sábios.
E então terá valido a pena viver. experimente. Você certamente não vai se arepender!

Texto escrito por: Márcia De Luca. 

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